domingo, 15 de março de 2009

"A mentira exercita o cérebro"

É verdade, fazendo um "rx" ao cérebro, um grupo de investigadores norte-americano descobriu que há diferenças entre as pessoas que mentem e as que dizem a verdade; uma delas é que os mentirosos usam mais áreas do cérebro do que os que dizem a verdade.

Uma radiografia feita ao cérebro por um grupo de investigadores norte-americano revelou que há grandes diferenças quando as pessoas mentem, ou quando falam a verdade dos factos.O estudo recorreu à convencional ressonância magnética para verificar que as alterações visíveis no cérebro mostram se as pessoas estão a mentir, ou não. A conclusão a que chegaram estes investigadores poderá também contribuir para o desenvolvimento de uma nova tecnologia para detectar mentiras, afirmaram à Reuters. De acordo com Scott Faro, um dos médicos envolvidos neste projecto, "pode haver áreas únicas do cérebro que estão envolvidas neste raciocínio e que podem ser facilmente calculadas através da ressonância magnética". De acordo com o mesmo, "poderá igualmente haver áreas únicas do cérebro que estão envolvidas quando se diz a verdade".
O estudo foi feito em 10 voluntários, sendo que a seis deles foi pedido para dispararem uma arma de brincar e mentirem afirmando que não o tinham feito. Aos restantes três, que observavam a experiência, foi pedido que contassem a verdade acerca dos factos observados. O último dos 10 voluntários iniciais foi excluído da experiência. Ao darem o seu testemunho, os voluntários foram submetidos a um polígrafo e à ressonância magnética, que proporciona uma imagem em tempo real da actividade exercida pelo cérebro. A conclusão a que chegaram estes investigadores é que há claras diferenças entre os cérebros das pessoas que mentem e das que falam verdade. Mas a segunda conclusão que puderam retirar é ainda mais curiosa; no grupo das pessoas que mentiram foram encontradas sete áreas do cérebro em actividade, ao passo que nas pessoas que disseram a verdade, apenas quatro áreas cerebrais estiveram activas. Isto significa que, as pessoas que mentem exercem maior esforço mental do que as que dizem verdade.
Ao mentir, as pessoas exercitam a parte frontal, média inferior, pré-central, "hippocampus", "regiões média temporal", "limbic" e até zonas de actividade "emocional" do cérebro. Por seu turno, as pessoas que disseram a verdade, activaram outras partes do cérebro e em menor número.
Os investigadores estão conscientes de que a experiência contou com um número muito limitado de voluntários, aos quais não foi requisitado nenhum esforço muito grande, sendo que há sempre pessoas que conseguem "manipular" o polígrafo usando várias técnicas. Por outro lado, o uso da ressonância como método de detecção de mentiras é também insustentável, dados os gastos associados a este processo de diagnóstico. No entanto, a experiência serviu para demonstrar que cada vez mais "a mentira tem perna curta".

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